Na primeira experiência longe da base na carreira, novo diretor de futebol do Flamengo assume cargo já de olho em novo treinador e com responsabilidade de lidar com vestiário
Preocupado em não perder tempo para arrumar a casa, o Flamengo deu resposta rápida após movimentação no departamento de futebol. Através do site oficial, o clube confirmou Carlos Noval como novo diretor executivo de futebol - posição antes ocupada por Rodrigo Caetano. Ao aceitar o cargo, o antes responsável pela base rubro-negra abraçou vários desafios.
O GloboEsporte.com enumerou seis pautas que estarão diretamente envolvidos no trabalho de Noval ao lado do presidente Eduardo Bandeira de Mello, do CEO Fred Luz e do vice de futebol Ricardo Lomba.
1º ATO: BUSCA POR UM TREINADOR
A diretoria já tinha uma ideia consolidada: definir primeiro o sucessor de Caetano para depois fechar com o novo treinador. Será o primeiro compromisso de Noval como diretor de futebol do Flamengo.
E, pelos planos do clube na temporada, a movimentação tem que ser rápida. O Flamengo está a 18 dias da partida contra o Independiente Santa Fé, pela 3ª rodada da Libertadores - prioridade em 2018. Além disso, a estreia no Brasileirão será no dia 14 de abril, contra o Vitória, na Bahia.
MUDAR CHAVE BASE-PROFISSIONAL
A função de diretor de futebol é inédita para Carlos Noval, assim como o trabalho entre os profissionais. No clube desde 2010, era o homem forte da base e colecionou conquistas - entre elas três taças da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Porém, os dois mundos são completamente diferentes.
Noval terá pela frente um espaço de tempo curto para se adaptar à nova função e margem de erro praticamente inexistente, tendo em vista o momento de pressão e a cobrança por bons resultados. O dirigente tem a seu favor o bom relacionamento com Bandeira e Fred Luz, que pode facilitar os caminhos e decisões.
NECESSIDADE DE REFORÇOS
O Rubro-Negro apresentou apenas três novidades para a temporada: Henrique Dourado, Marlos Moreno e Júlio César, sendo que o goleiro chegou apenas para a disputa do Campeonato Carioca. A dificuldade de encaixar o jogo nos primeiros meses e a eliminação no estadual escancararam os problemas do elenco.
Noval vai precisar mapear o mercado e agir. As laterais são as posições mais críticas: Pará, Rodinei, Trauco e Renê não se firmaram. Outra carência é um zagueiro com mais velocidade e um volante de saída de jogo, já que Arão vive mau momento.
Rodrigo Caetano buscou mais reforços, mas acabou frustrado. Walace não foi liberado pelo Hamburgo, da Alemanha - hoje está afastado do elenco principal; Pablo, que defendeu o Corinthians, estava no radar, mas terminou voltando ao Bordeaux, da França; e Zeca ainda está em pauta, mas a transferência é considerada difícil pelos altos valores envolvidos.
CONTROLAR O VESTIÁRIO
Além da pressão das arquibancadas, Carlos Noval vai encontrar um vestiário mexido após a cobrança pública do vice de futebol Ricardo Lomba. No sábado, o dirigente, ao lado de Bandeira, ouviu a insatisfação em reunião com os jogadores no Ninho do Urubu.
Controlar o clima no vestiário passa também por Noval. O diretor não gosta dos holofotes, é mais reservado, e pode ganhar a confiança do grupo com o trabalho realizado internamente.
DNA RUBRO-NEGRO
Pelo longo tempo dedicado ao futebol de base, o diálogo com os garotos - muitos já incorporados ao elenco profissional do Flamengo - é facilitado. Tem a missão de deixar o grupo com "DNA rubro-negro", mesclando pratas da casa com os demais jogadores.
No atual elenco, 13 garotos passaram pelas mãos de Noval nas categorias de base do clube. No início da temporada, enquanto o Rubro-Negro conquistava o tri da Copinha, no Pacaembu, alguns jovens já reforçavam o grupo de Carpergiani.
O FUTURO DE JÚLIO CÉSAR
Além de toda a pressão por resultados, Noval ainda tem nas mãos uma missão simbólica. Júlio César chegou ao Flamengo para disputar o Carioca e encerrar a carreira. Cabe ao diretor de futebol, junto com os demais representantes do departamento, decidir como será o adeus do goleiro.
O carinho da torcida por Júlio é grande. No elenco, o goleiro também é muito respeitado. Foi, inclusive, um dos que tomou a palavra na reunião com Ricardo Lomba no CT. A ampliação do contrato já foi descartada pelo jogador de 38 anos, mas um jogo de despedida foi cogitado.
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